Bateu na minha janela ontem a noite, e sem pedir pra entrar entrou, esfriou e de longe de mim trouxe aromas. Sem permissão para ser frio como é, trouxe flores para quem nunca se permite. Senti um pouco de medo e um pouco de conforto guardei sob minhas cobertas. Não o deixei tocar.
Não culpado me sinto, mas o frio consente e por mim se sente. Eu trago e assopro, ela diminui e eu uso minha lupa. Aumento algumas questões já esquecidas. Não esqueço as necessárias, reacendendo uma lareira sem carvão.
Fui lá fora por um instante, e senti. O frio voltou, e com ele alguns velhos sabores. Alguns passeios de bicicleta, tardes com chá de morango, ruas com árvores iguaiszinhas, algumas tortas de limão e intermináveis noites de pés-congelando. Não sei bem ao certo se sinto saudades, ou alívio, ou em alguns segundos frustrantes vontade de voltar.
Em certos dias já chorei, em certas horas já ri, e em todos os meus socos e tapas guardados já tirei o necessário pra sentir um pouco de calor. “Onde foi que eu errei” se transformou em “Não sou eu, é você.”.
Subi a serra com algum amor, desci em uma armadura de papel.
Last day of magic, where are you now?
Ps.: Metáforas e metáforas.
Lembrar de jogar as metáforas no lixo segunda-feira.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Jogue os fatos no lixo e guarde as metaforas.
ResponderExcluirVejo as metáforas como pontes.
E voce pode precisar delas pra passar de um lado para o outro, qualquer que seja o lado
:)