Enquanto eu digo que nunca ficarei igual a quem nunca como igual me espelhei, aparecem traços no vidro espelhado que repelem a idéia da minha cabeça: eu sou mais parecido com ele do que talvez queira, ou não queira. Se quisesse talvez não fosse, mas em minhas contas atrasadas e meu cabelo mal lavado a confirmação pula, e com vergonha a aplico, e multiplico, por tantas vezes replico e não me faço entender.
Se fugi tantas vezes não me escondi nem privei. Se elaborei lógicas mentiras, para meu prazer escapei. Corri ao sossego quando precisei, e fugi quando precisou.
Ralei minha perna no muro ao lado do pé de tangerina.
Tingi meu pai em memórias não memoráveis.
Resolvi descer daquela roda gigante com cheiro de mato e fazer valer meu ingresso de entrada. O parque de diversões que pegou fogo quando fiz onze nunca teve brinquedos funcionando. As máquinas até hoje no mesmo sótão enferrujam, com sua (talvez nossa) preguiça.
E de repente, mamãe entra de cueca.
sexta-feira, 15 de maio de 2009
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Ela não entraria de cuecas se você não tivesse roubado as calcinhas dela!
ResponderExcluir:*
Eu seeempre quis ter um sotão ! Aham ! E o parque inteiro pegou fogo ? :S Que triste !
ResponderExcluircabelos iguais, contas idem...
ResponderExcluirSou eu de novo, sem perfil...
bjs, pá